Crescer é saber?

Hoje eu estava no Cabify voltando para casa e no rádio estava tocando uma das todas incríveis músicas do Legião Urbana: "Quase sem querer".

Apesar de já ter ouvido essa música trilhões de vezes, um trecho dela me instigou.

Engraçado como às vezes escutamos, escutamos e escutamos, mas não ouvimos de fato - não só músicas.

As músicas do Legião Urbana, no entanto, eu sempre busco escutar com atenção, pois é incrível o quanto elas são atuais.

Esse trecho, todavia, eu nunca tinha ouvido da forma como eu ouvi hoje.

Eu acredito que tenha a ver com a fase da vida em que eu me encontro, afinal, da mesma forma que nós evoluímos constantemente, começamos a ver e a ouvir as coisas a nossa volta de forma diferente.

E o mais engraçado é que eu nem estava prestando tanta atenção na música assim. Eu estava no carro, mexendo no celular e o som nem estava alto, mas esse trecho me pegou. Eu nem precisei me esforçar, a interpretação daquilo foi instantânea.

Enfim, achei curioso.

Vocês também devem estar curiosos para saber qual trecho foi depois de tanto blábláblá (risos). Bom, o trecho é o seguinte: "mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo".

Não é incrível?

O "natural" talvez fosse o contrário, afinal, quanto mais velhos ficamos, mais experiências nós temos, mais conhecimento nós adquirimos. Mas não é assim que funciona.

Basta você chegar para uma criança e fazer uma pergunta do tipo: o que você quer ser quando crescer? Tenho certeza que a maioria delas vai afirmar com certeza: quero ser uma atriz, um ator, uma médica, um médico, uma professora, um professor, etc e tal.

Agora pergunte para mim hoje: o que você quer ser no seu futuro? Ora, tantas coisas.

Quanto mais eu vivo, mais coisas eu quero fazer, mais coisas eu quero aprender. Vou descobrindo que a vida é muito maior do que o meu mundinho. Que existem milhões de possibilidades. Que existem muitas formas de eu mudar não só o meu mundo, como o mundo do próximo. E qual é a vontade? Agarrar o mundo! De que forma? Não sei, mas é isso que eu quero.

Quanto mais você vai amadurecendo, no entanto, você também vai percebendo que tudo bem. Você não precisa ter todas as respostas neste instante. Está tudo bem. Você pode ir se descobrindo, até encontrar sua missão nessa terra.

Tudo bem viver um dia de cada vez, tudo bem viver sem saber tudo. E que bom que não sabemos tudo. Que chato seria se soubéssemos a resposta para todas as perguntas.

O que seriam dos debates na mesa do bar? Do sentimento em aprender algo novo? Da liberdade em saber que todo dia podemos mudar nossas vidas e a vida de outras pessoas de alguma forma? De que podemos aprender uns com os outros?

Eu acho que a conclusão disso tudo e do que esse trechinho da música me fez pensar é que não precisamos nos desesperar. A vida é muito maior e nunca vamos saber tudo sobre ela. E isso é algo muito positivo, que devemos usar ao nosso favor, para sempre irmos atrás dos nossos sonhos, para não termos medo de entrarmos em mundos desconhecidos, de nos reinventarmos.

Não há mal algum em mudar de opinião e, muitas vezes, simplesmente não ter opinião qualquer.

Finalizo com mais um trecho da música, que é uma perfeita síntese de tudo o que eu tentei expressar:

"Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso, só que agora é diferente
Estou tão tranquilo e tão contente
(...)
Já não me preocupo se eu não sei porque
".

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