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Esse é um conto meu, para voces (:
A Boneca da minha Memória
Quando nada mais importa, descobrimos o valor que damos a cada coisa, o sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância que teima em voltar cada vez mais nítida. Lá estava eu, perdida em meus pensamentos, logo após de ter tirado do ouvido o telefone, que soou com aquela horrível notícia, me fazendo lembrar do meu passado com lágrimas caindo pelo meu rosto, pegar aquela caixa de música, guardada com tanto carinho e cheia de histórias, mas que com o tempo, largada no fundo do armário.
Acordei, muito feliz por estar indo no primeiro dia de aula, para mim era o dia mais emocionante que existe, rever meus amigos, conhecer novos, mas eu não sabia que aquele dia marcaria minha vida para sempre. Cheguei à escola, dei abraços, beijos, risada, dessa vez tinha muita gente nova e eu fazia questão de conhecer todos, um por um. Não deu tempo, o sinal tocou, seria o ínicio da primeira aula. O professor entrou, e começou a fazer a chamada, os mesmos nomes de sempre, até que ele disse um nome que eu nunca havia ouvido antes: Melanie. Quando a aula terminou fui sentar ao lado daquela estranha, para conhecê-la:
- Oi Mel!
Ela virou para mim, era toda magrinha, cabelos loiros, cachinhos, branquinha, parecia uma boneca e me respondeu muito carinhosamente. Ficamos conversando aquele dia inteiro, ela veio na minha casa, conversamos sobre tudo que meninas de nossa idade gostam: MENINOS. Parecia que eu já a conhecia há anos. Desde aquele dia nunca mais nos desgrudamos, éramos como irmãs. Passamos por muitas coisas juntas, primeiro beijo, menstruação e tudo de melhor, não escondíamos nada uma da outra. Até que chegou o ultimo dia de aula e tivemos que nos despedir, mas felizes, pois sabíamos que mesmo que fossem dois meses longes uma da outra nos falaríamos todos os dias e teríamos muita novidade para contar.
E assim foi, nos falamos todos os dias, até que em um desses telefonemas percebi algo estranho em sua voz, mas ela disse que estava resfriada e isso se sucedeu até o ultimo dia de férias. Nesse dia Mel me fez uma surpresa, que de ínicio me pareceu a melhor coisa do mundo, mas depois percebi que não era o que eu pensava. A Mel apareceu lá em casa, corri até ela, mas ela não estava tão entusiasmada, então a convidei para entrar e conversamos. Ela começou a me contar o motivo de toda aquela tristeza, eu nunca esperava receber aquela notícia, na época a pior noticia que eu podia receber, minha melhor amiga se mudaria de cidade, 4 horas de onde eu morava. Eu não pude me conter, por quê? Por que tudo aquilo estava acontecendo? Eu não seria nada sem minha melhor amiga, mas não havia nada que eu podia fazer para evitar, os pais dela já estavam decididos. Despedimos-nos, Mel me deu uma caixinha de música, a mais linda que eu já havia visto em toda minha vida, depois nos abraçamos, o abraço mais forte que eu já havia dado em alguém, não queria largar, se largasse era como se metade de mim fosse embora, mas ela se soltou e sem olhar para trás entrou no carro de seus pais, mas eu não parei de olhar para ela, até que ela desapareceu. Aquela caixinha foi o melhor presente que pude receber, e quando me sentia triste, era só pega-la, ouvi-la que era como se minha melhor amiga estivesse do meu lado.
Como combinado nos falávamos todos os dias no telefone, não tinha um dia que não tínhamos novidades para contar uma à outra, mas com o tempo, tudo foi se perdendo, um dia liguei para ela, mas ela não estava, em outro dia ela me ligou e eu não estava, e isso cada vez se tornou mais frequente, até que perdemos totalmente o contato e minha tão amada caixinha de música deixada de lado.
Nunca mais tive notícias da Mel, até hoje, depois de dez anos tudo volta, mas não com a mesma alegria e inocência de quando éramos crianças, mas com a tristeza e amargura de estar sendo chamada para o velório daquela que me trouxe muitas alegrias. O arrependimento corta meu coração ao meio, não ter dado valor, deixado o vento levar aquela irmandade para longe de mim. E agora eu nunca mais a veria. Triste. Disseram-me que ela havia morrido de câncer, e que estava péssima por isso não deixou que me chamassem antes para vê-la, queria que eu tivesse uma imagem boa dela, aquela imagem de boneca, que ficaria para sempre em minha memória.
A Boneca da minha Memória
Quando nada mais importa, descobrimos o valor que damos a cada coisa, o sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância que teima em voltar cada vez mais nítida. Lá estava eu, perdida em meus pensamentos, logo após de ter tirado do ouvido o telefone, que soou com aquela horrível notícia, me fazendo lembrar do meu passado com lágrimas caindo pelo meu rosto, pegar aquela caixa de música, guardada com tanto carinho e cheia de histórias, mas que com o tempo, largada no fundo do armário.
Acordei, muito feliz por estar indo no primeiro dia de aula, para mim era o dia mais emocionante que existe, rever meus amigos, conhecer novos, mas eu não sabia que aquele dia marcaria minha vida para sempre. Cheguei à escola, dei abraços, beijos, risada, dessa vez tinha muita gente nova e eu fazia questão de conhecer todos, um por um. Não deu tempo, o sinal tocou, seria o ínicio da primeira aula. O professor entrou, e começou a fazer a chamada, os mesmos nomes de sempre, até que ele disse um nome que eu nunca havia ouvido antes: Melanie. Quando a aula terminou fui sentar ao lado daquela estranha, para conhecê-la:
- Oi Mel!
Ela virou para mim, era toda magrinha, cabelos loiros, cachinhos, branquinha, parecia uma boneca e me respondeu muito carinhosamente. Ficamos conversando aquele dia inteiro, ela veio na minha casa, conversamos sobre tudo que meninas de nossa idade gostam: MENINOS. Parecia que eu já a conhecia há anos. Desde aquele dia nunca mais nos desgrudamos, éramos como irmãs. Passamos por muitas coisas juntas, primeiro beijo, menstruação e tudo de melhor, não escondíamos nada uma da outra. Até que chegou o ultimo dia de aula e tivemos que nos despedir, mas felizes, pois sabíamos que mesmo que fossem dois meses longes uma da outra nos falaríamos todos os dias e teríamos muita novidade para contar.
E assim foi, nos falamos todos os dias, até que em um desses telefonemas percebi algo estranho em sua voz, mas ela disse que estava resfriada e isso se sucedeu até o ultimo dia de férias. Nesse dia Mel me fez uma surpresa, que de ínicio me pareceu a melhor coisa do mundo, mas depois percebi que não era o que eu pensava. A Mel apareceu lá em casa, corri até ela, mas ela não estava tão entusiasmada, então a convidei para entrar e conversamos. Ela começou a me contar o motivo de toda aquela tristeza, eu nunca esperava receber aquela notícia, na época a pior noticia que eu podia receber, minha melhor amiga se mudaria de cidade, 4 horas de onde eu morava. Eu não pude me conter, por quê? Por que tudo aquilo estava acontecendo? Eu não seria nada sem minha melhor amiga, mas não havia nada que eu podia fazer para evitar, os pais dela já estavam decididos. Despedimos-nos, Mel me deu uma caixinha de música, a mais linda que eu já havia visto em toda minha vida, depois nos abraçamos, o abraço mais forte que eu já havia dado em alguém, não queria largar, se largasse era como se metade de mim fosse embora, mas ela se soltou e sem olhar para trás entrou no carro de seus pais, mas eu não parei de olhar para ela, até que ela desapareceu. Aquela caixinha foi o melhor presente que pude receber, e quando me sentia triste, era só pega-la, ouvi-la que era como se minha melhor amiga estivesse do meu lado.
Como combinado nos falávamos todos os dias no telefone, não tinha um dia que não tínhamos novidades para contar uma à outra, mas com o tempo, tudo foi se perdendo, um dia liguei para ela, mas ela não estava, em outro dia ela me ligou e eu não estava, e isso cada vez se tornou mais frequente, até que perdemos totalmente o contato e minha tão amada caixinha de música deixada de lado.
Nunca mais tive notícias da Mel, até hoje, depois de dez anos tudo volta, mas não com a mesma alegria e inocência de quando éramos crianças, mas com a tristeza e amargura de estar sendo chamada para o velório daquela que me trouxe muitas alegrias. O arrependimento corta meu coração ao meio, não ter dado valor, deixado o vento levar aquela irmandade para longe de mim. E agora eu nunca mais a veria. Triste. Disseram-me que ela havia morrido de câncer, e que estava péssima por isso não deixou que me chamassem antes para vê-la, queria que eu tivesse uma imagem boa dela, aquela imagem de boneca, que ficaria para sempre em minha memória.
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